Monday, May 30, 2005

Eu penso logo existo, mas não vale a pena existir só por pensar

É engraçado quando andamos a temer algo durante muito tempo e depois isso acaba por acontecer, mas a reacção que temos é diferente da que esperávamos ter, mas será mesmo... Talvez seja por nos encontramos tão impotentes face às coisas que se estão a passar, que acabamos por não ter reacção, se calhar é mais isso.
No fundo a vontade que temos é de explodir, mas não o fazemos, queremos estar serenos. Aliás sentimo-nos serenos, mas cá dentro estamos mais do que revoltados, tal é a injustiça.
Por isso é que temos vontade de rir, como nos chegámos a rir. Acho piada as pessoas conseguirem fazer coisas tão hipócritas e acharem que estão a agir perante impulsos diferentes e mais genuínos. Já sei porquê, na realidade tudo o que mudamos achamos que é para melhor, independentemente de o ser ou não, resta só ao que é mudado ficar com a consciência tranquila e com a profunda convicção de que: "Olha o que é que eu posso fazer? NADA." E este NADA deixa-me de tal forma dormente, que eu deixo de me conhecer a mim próprio e começo a duvidar das minhas certezas, acabando por sentir tudo resto muito superficial. E lá está NADA me entusiasma, NADA me faz transcender, NADA passa a ser o real, NADA passa a ser o que sou e NADA passa a ser tudo o que sinto, e eu acabo por me sentir como NADA.
Com um objectivo isto muda, mas até lá, até o encontrar NADA será como antes.

PS: Se calhar vocês não vão entender, mas pensem nisto apenas como um manifesto contra algo que eu não quero que vocês saibam o que é, eu não o explico mas espero que tentem compreender. Mas nunca se esqueçam que eu aqui tento sempre exacerbar os meus sentimentos senão isto não tinha piada. Espero que gostem.

Friday, May 27, 2005

Consideração

Se me perguntares o que eu gosto em ti, não vou responder, pelo menos aqui. Se calhar nem eu o sei dizer, para além disso não tenho vontade nenhuma de deixar as outras pessoas verem aquilo que eu vejo em ti, pois dessa maneira todos ficariam apanhados como eu fiquei.
Espero que nunca haja alguém que te veja como eu, posso estar a ser egoísta, mas no fundo é a única coisa que me sobra de ti: A certeza de que eu tive o que queria de ti e a verdade de teres sido exactamente aquilo que eu procurava.
No fim nada disto interessa, não disto tem significado, mas... Será que foi o fim?
Quanto mais quero acreditar que foi, menos vontade tenho que seja. Na verdade ainda estou preso, não quero estar mas ainda estou. O resto pode ser bom, espectacular ou formidável mas perfeito... Perfeito só terei uma coisa... Só terei os momentos em que nós eramos um só e olha que foram bastantes.
Mas... Volto a repetir, no fim nada disto interessa, nada disto existe, agora é apenas e só um conjunto de memórias que a minha mente, por qualquer desejo de auto-flagelação, faz questão de me relembrar e de me fazer reviver a cada sonho/pesadelo que tenho contigo e olha que todos dizem o mesmo (claro que não o vou revelar)...
No fim nada disto interessa, mas pergunto será que chegou o fim?

Tenho a certeza que sim, não a quero ter mas de certeza que o fim chegou, embora tu ainda estejas bem presente em tudo o que faço.
Eu quero escrever mais, mas já chega, é que quanto mais escrevo menos leal estou a ser para com todas as pessoas que me ajudaram a ultrapassar e olha que ultimamente muitas pessoas têm tido a paciência de me ouvir e até de me quererem ajudar. É verdade em tão pouco tempo descobri em conhecidos grandes amigos, e descobri em desconhecidos grandes conselheiros. Enquanto que tu, tu nem sequer estiveste perto, tu nem um esforço fizeste para ouvir e agora continuas a ignorar-me ou então nem sequer fazes isso, simplesmente nem sequer me consideras como merecedor da tua consideração, pois NO FIM era só isso que eu pedia, CONSIDERAÇÃO. Algo que não me deste, e agora só gostava que um dia me explicasses porquê.

Bem já chega de me atormentar, TU JÁ NÃO O MERECES.

PS: O que escrevi não vem do ódio mas sim da sinceridade, o que escrevi não vem de amor mas sim da recordação.

Monday, May 16, 2005

Um filão de ouro....

E se alguém se lembrasse de fazer um filme com um super-herói português? Esse alguém seria um génio, já que heróis Portugal teve muitos, mas por muito que eu queira eles não têm aquele glamour dos pseudo-heróis americanos ou ingleses. Por exemplo um dos nossos primeiros heróis foi D. Afonso Henriques certo? Mas no fundo, no fundo o que é que nós sabemos sobre ele? Rigorosamente nada. Qual era a causa maior que o motivava, será que era amor, poder, ódio. Não era nada mal pensado fazer um filme que retratasse a história de D. Afonso Henriques mas realizado por Riddley Scott ("Gladiador"). E por aí poderíamos ter montes de "Blockbusters" com heróis históricos portugueses, já que histórias temos mais que suficientes e é enorme a burrice de não adaptar um romance como o de Pedro e Inês para o Cinema, isso sim daria um grande filme. Épicos Portugal tem muitos, mas não entendo porque razão ninguém pega neles. Eu já me imaginei a enviar um guião com algo particular da história de Portugal para Hollywood, só que a acção teria que se passar numa região qualquer dos EUA, as personagens falariam inglês e seriam esbeltos e esculturais. Parece que estou a ver o Martim Moniz a ser representado por um excelente actor secundário tipo Ethan Hawke enquanto D. Afonso Henriques seria Mel Gibson ou George Clooney.
D. Pedro seria interpretado por Josh Hartnett e D. Inês seria Kirsten Dunst.
Vasco da Gama seria Kevin Costner ou Dennis Quaid.
D. Sebastião seria Orlando Bloom.
Pois é meus amigos, esqueçam o Braveheart, esqueçam o Gladiador, esqueçam A lenda do Rei Artur, esqueçam até the Lord of the Rings, toda a história portuguesa está repleta de contos, lendas, personagens, impossibilidades e efeitos especiais. Para isso é necessário que um qualquer estúdio americano, pegue nesta matéria e a transforme em grandes épicos, basta começar pela vida de Viriato e terminar nos Capitães de Abril.
Portugal seria um verdeiro filão de ouro para a indústria cinematográfica de Hollywood.

Thursday, May 12, 2005

Ser maior

Há vezes em que sinto uma vontade de me transcender naquilo que escrevo, sinto vontade de me escrever naquilo que teclo. Muitas vezes tento ser o mais espontâneo possível, por isso alguns textos podem sair um pouco enrevesados. Nunca fui de rascunhos e prefiro riscar a reescrever, mas o que eu realmente gostaria, era conseguir transcrever o meu estado de espírito. Que ode literária conseguiria eu criar se tivesse essa capacidade, seria capaz de fazer estremecer a pessoa mais insensível, a pessoa mais confusa do mundo conseguiria compreender-me, seria como um manifesto de um ser, o ADN de uma mente. Mas no fim seria uma profunda tristeza, pois por muito que me pudessem compreender poucos me poderiam ajudar.
Esta rotina está a dar cabo de mim, a rotina de ser quem sou e de os outros saberem quem eu sou. Se não fosse alguma da ambição que tenho dentro de mim, eu diria que comecei a envelhecer caminhando lentamente até ao desfecho final. Sei que isto está a ficar obsessivo, e eu próprio ando embriagado pelo que sinto, deixando-me ir na corrente da minha auto-comiseração, eu tento lutar mas eu próprio me derroto. Sei que não é o fim nem o princípio de nada, apenas quero conseguir criar algo que de tão sublime seja que as pessoas digam, abismadas, «afinal ele tem esta capacidade dentro dele», e assim ganhar a imortalidade dos que são maiores do que o pensamento. Será que sou capaz? Eu acho que sim mas não acredito que sou, por favor digam-me o que pensam.

Thursday, May 05, 2005

IMUNE

A mente humana é um gerigonça engraçada, da pura tristeza à sublimidade de nos sentirmos acima de tudo e todos. São estes picos de emoção que me mostram o quanto o ser humano é instável, e pior do que tudo, acaba por ser cruel. Só assim se explica a falta de consideração que nós demonstramos em certas alturas da nossa vida pelo que realmente sentimos.
Agora há um caminho novo, que a trás não o descortinava, mas o facto de querer enveredar por esse caminho apenas demonstra a falsidade de emoções que a mente humana tem. Como é que algo com o qual acreditávamos não conseguir viver, se torna em algo que para além de ser dispensável acaba por ser mesmo indesejável. E assim vamos vivendo, reprimindo as nossas verdadeiras emoções, para trás da nossa auto-estima, até que numa certa altura nos podemos tornar frios, calculistas e crueis. Sim. Crueis, por querermos manter a nossa sanidade mental, e assim, sermos levados a aceitar e a decidir coisas que são opositamente diferentes das que acreditamos com todas as nossas forças.
Posso afirmar que se acabarmos por relegar para segundo plano as nossas emoções, qualquer dia estaremos completamente IMUNES.