Thursday, May 05, 2005

IMUNE

A mente humana é um gerigonça engraçada, da pura tristeza à sublimidade de nos sentirmos acima de tudo e todos. São estes picos de emoção que me mostram o quanto o ser humano é instável, e pior do que tudo, acaba por ser cruel. Só assim se explica a falta de consideração que nós demonstramos em certas alturas da nossa vida pelo que realmente sentimos.
Agora há um caminho novo, que a trás não o descortinava, mas o facto de querer enveredar por esse caminho apenas demonstra a falsidade de emoções que a mente humana tem. Como é que algo com o qual acreditávamos não conseguir viver, se torna em algo que para além de ser dispensável acaba por ser mesmo indesejável. E assim vamos vivendo, reprimindo as nossas verdadeiras emoções, para trás da nossa auto-estima, até que numa certa altura nos podemos tornar frios, calculistas e crueis. Sim. Crueis, por querermos manter a nossa sanidade mental, e assim, sermos levados a aceitar e a decidir coisas que são opositamente diferentes das que acreditamos com todas as nossas forças.
Posso afirmar que se acabarmos por relegar para segundo plano as nossas emoções, qualquer dia estaremos completamente IMUNES.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

A seguir ao agora vem sempre alguma coisa. A seguir ao amor(ou a um sentimento a que lhe atribuímos este nome, mesmo que não o seja)pode vir a tranquilidade, a felicidade, a tristeza, o desespero, a desilusão...
E depois, a seguir a isso, vem outra coisa qualquer. Mesmo que tu não saibas. Ninguém adivinha o amanhã.
É por isso que tantas vezes ouvimos falar no "aproveitar cada momento como se fosse o último", degustar o bom da vida como se ela acabasse daqui a instantes. Qual fatia de bolo deliciosa!Nós sabemos mas não fazemos. Nós até achamos esta frase um remix de músicas populares.E se até o ambiente permitir, gozamos com a dita frase e ironizamos as palavras: aproveitar-momento-único.
Teoria e prática. Escrevemos, dizemos. Mil frases cheias de entoação vazias dentro de nós.
"Eu estou feliz" - escrevi. E depois, olho para a janela, lembro-me do dia em que os sorrisos eram aos pares e choro. E não é de alegria, é de dor. A dor que nos toca sem tocar, que nos mata sem morrermos, que nos destrói e eleva para uma nuvem escura onde chove todos os dias sem parar.
A prática não é a teoria, às vezes antes fosse.
Depois do que sentiste, vei-o mais não sei o quê a seguir que é o "Imune". Amanhã virá outra coisa... Quem me dera conhecer a vacina certa para ficar imune a determinadas coisas, pessoas e sentimentos.
Mais uma vez, voa... Eu sei, às vezes faltam-nos as asas.

7:53 AM  

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