Monday, May 30, 2005

Eu penso logo existo, mas não vale a pena existir só por pensar

É engraçado quando andamos a temer algo durante muito tempo e depois isso acaba por acontecer, mas a reacção que temos é diferente da que esperávamos ter, mas será mesmo... Talvez seja por nos encontramos tão impotentes face às coisas que se estão a passar, que acabamos por não ter reacção, se calhar é mais isso.
No fundo a vontade que temos é de explodir, mas não o fazemos, queremos estar serenos. Aliás sentimo-nos serenos, mas cá dentro estamos mais do que revoltados, tal é a injustiça.
Por isso é que temos vontade de rir, como nos chegámos a rir. Acho piada as pessoas conseguirem fazer coisas tão hipócritas e acharem que estão a agir perante impulsos diferentes e mais genuínos. Já sei porquê, na realidade tudo o que mudamos achamos que é para melhor, independentemente de o ser ou não, resta só ao que é mudado ficar com a consciência tranquila e com a profunda convicção de que: "Olha o que é que eu posso fazer? NADA." E este NADA deixa-me de tal forma dormente, que eu deixo de me conhecer a mim próprio e começo a duvidar das minhas certezas, acabando por sentir tudo resto muito superficial. E lá está NADA me entusiasma, NADA me faz transcender, NADA passa a ser o real, NADA passa a ser o que sou e NADA passa a ser tudo o que sinto, e eu acabo por me sentir como NADA.
Com um objectivo isto muda, mas até lá, até o encontrar NADA será como antes.

PS: Se calhar vocês não vão entender, mas pensem nisto apenas como um manifesto contra algo que eu não quero que vocês saibam o que é, eu não o explico mas espero que tentem compreender. Mas nunca se esqueçam que eu aqui tento sempre exacerbar os meus sentimentos senão isto não tinha piada. Espero que gostem.

3 Comments:

Blogger The Mask said...

Sou um novo eu, que sinto que nunca fui. Sou um novo eu que sinto ser novo. Não sei se caminho para lá mas sei que caminho, e isso é que me interessa por enquanto. Sabes o que mais me chateia é essa história de guardar os sentimentos ou o antigo eu numa caixa, eu nunca fui de guradar seja o que for, sempre fui o que sempre quis ser, e a questão é esta eu não quero ser o que me estou a tornar mas para continuar tenho que aceitar tudo como se fosse novo.

PS: Obrigado, acredita que tu tens um espaço gigante guardado para ti mas olha vê se convives, é que o que nós fomos sempre que estamos juntos voltamos a sê-lo.

3:17 PM  
Anonymous Anonymous said...

Nos meus poucos anos de digressão, por estas bandas, e em algumas pequenas colisões frontais com a vida, aprendi que nunca devemos ficar obececados por uma só coisa.
Seja ela uma pessoa, um sonho ou, até mesmo, um objecto.
Com esta fixação ou, por vezes, idolatria, corremos o risco de ficar «cegos». E o mundo, na sua extensão e conjunto, é algo demasiado apaixonante para deixar escapar... nem que seja por instantes!

Enquanto escrevo, tantas coisas se estão a passar ou por acontecer.


Livros poeirentos, por falta de uso, à espera de serem redescobertos, para contar vidas e outra teorias; uma conversa luminosa ou animada com um amigo; sentir o afagar do vento na cara e, por momentos, pensar que fazemos todos parte da mesma unidade cósmica ( A comunhão espiritual também pode ser galáctica ou até racial); parar para, entre o barulho dos carros e o frenesim do dia-a-dia, assistir por segundos, a pequenos gestos humanos e histórias de recanto(um cigarro para o mendigo consumido; uma moeda solta no ar para o cego que canta; um obrigada merecido para quem um serviço presta, um pão esquecido para um estômago dolorido).

Tanto por acontecer e ver... e o nosso pensamento apenas cirscunscrito a um raio de distância da nossa televisão, do nosso bairro e do nosso ego.

O que nós somos ou vamos ser
não importa. Pensar em nós é pensar em círculo. Nunca chegamos a lado nenhum. Pensar (e não apenas olhar) no mundo e nos outros é encontrar saídas... E nestes tropeções e caminhos atribulados, a mundança chega naturalmente. Primeiro como uma defesa, para mais tarde ser encarada com outra firmeza. Embora por vezes pouco reflectida, mas muito sentida, é ela com a sua energia, que nos REVOLUCIONA e nos impele a procurar o diferente... sempre seguindo em frente!

Lemon tree ;)

3:20 AM  
Blogger The Mask said...

Há vezes em que vivemos sem pensar, seguimos a vida como se de uma tarefa se tratasse, é aí que quando nos fragilizamos por qualquer razão, perdemos a noção do que estávamos a fazer. Na verdade nem sequer estávamos a fazer nada, pois não caminhavámos a pensar nos passos que dávamos. Chegado a este ponto, resta-nos apenas fazer uma coisa, Olhar para trás e ver o que aprendemos, talvez num nível mais consciente consigamos encontrar o que, de facto, fizemos aqui e o que queremos fazer. POr isso eu digo depois de tudo, vê a vida como um objectivo não a vejas como um dado adquirido.

1:48 PM  

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