Sunday, September 11, 2005

Estou de volta. De volta à vida simples e fácil, de volta ao mundo onde o que interessa é ter.
Pobres de nós que vivemos em segurança, pobres de nós que temos tempo para pensar no que podiamos fazer e ter melhor. No fim do mundo, a leste de Angola uma mulher passou por mim, carregava um balde na cabeça e levava o seu bébé nas costas preso por um pano (deveriam estar uns 35 graus sofucantes e a estrada era areia onde os nossos pés se enterravam) acenei-lhe pois nao tive tempo de lhe tirar uma foto e ela simplesmente sorriu. Um dos carros atrás parou para falar com ela, e informou-me que a senhora caminhava para a aldeia mais próxima a 45 km. Apesar de tudo ela não pediu nada, nem água, nem comida, simplesmente sorriu e foi-se embora a caminhar. No momento em que eu lhe disse adeus senti que realmente sou pobre, pobre por não me contentar em estar vivo, pobre por achar que a vida tem que ter um objectivo. Mas o que vi na expressão, não só daquela mulher mas de muito mais gente, fez-me acreditar que a riqueza está em ser feliz por existir e tudo o resto é o nosso senso de materialismo não nos deixa contentar com o que temos. Acreditem que eu não falo apenas de bens materiais mas de tudo o que achamos fazer-nos falta.
"if i hadnt see such riches, i could live with being poor"

5 Comments:

Anonymous Anonymous said...

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3:03 PM  
Anonymous Anonymous said...

bem vindo, viajante!
Agora que estiveste acordado por um breve instante da tua vida, achas que consegues voltar a adormecer? Agora que o teu Ser espreitou, por momentos, através dos teus olhos e te deixou a memória de como é apenas existir, conseguirás voltar a cair no esquecimento do sono? Voltarás à dormência dos dias, como antes, a sonhar que desejas estar acordado? Ou esse Ser que despertou um dia ficará para sempre lá no fundo de ti? À espera, atento à primeira oportunidade para voltar a espreitar para a vida através dos teus olhos?

4:08 PM  
Anonymous Anonymous said...

"Quem es? Ninguem, respondeu o velho." Ninguem... respondo eu, depois de contemplar a verdadeira pureza e essencia do Mundo. Passamos pelas terras do Fim do Mundo, bebemos no Berco da Vida e fomos ate ao Sitio Onde o Vento da a Volta... nao podemos de forma alguma regressar os mesmos. E bom saber que ainda restam algumas pessoas que conseguem ser felizes num mundo de horror e corrupcao. Tenho a esperanca de ter aprendido um pouqinho com eles e que consiga uma dia ter um sorriso assim. Tenho a sorte de ter partilhado alguns desses momentos com eles... tenho a sorte de conseguir ser eu propria e de um dia ter visto a Terra no seu esplendor. Agora pergunto-te: Quem es Tiago?

9:52 AM  
Anonymous Anonymous said...

Fiquei comovida com a tua história... como também fico quando vejo vagubundos, ao desabrigo do mundo civilizado.
Ou quando vi, outro dia, uma rapariga, de cinco, anos, do leste, com uma imagem de uma santa, embalsamada, entre dois copos de plástico, a mendigar moedas na baixa de Lisboa.

Consigo ver a mulher, o seu berço improvisado, e a ti também... a tua admiração e horror,quando te
sentiste tão pequeno face à Grandeza de um sorriso... que nada pedia em troca.

Palavras para quê... fico triste comigo e também com a humanidade.

Um beijo,

Marta

3:24 AM  
Anonymous Anonymous said...

Como é que um pequeno instante se transforma numa imagem que te paira na tua existência até em sonhos? Como é que sentiste ao ver aquela mulher sorrir em sofrimento? É a humanidade... lá longe, tão longe que nem parece existir... Mas existe, e tu por certo que te sentirás um pouco mais humano após esse sorriso que, ainda que esforçado, foi talvez o maior que já viste...

9:53 AM  

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